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Dicionário de marcas

ATARI. Estados Unidos. Vídeo game. 1971

A história do vídeo game começa em meados do século XX, quando meia dúzia de jogos básicos foram criados nos primeiros computadores desenvolvidos pelas Forças Armadas dos EUA. No entanto, a bilionária indústria que conhecemos hoje surgiu mesmo com o trabalho de dois gênios: Nolan Bushnell e Ted Tabney.

No início da década de 70 os dois tiveram contato com jogos instalados nos computadores de laboratórios de informática de algumas universidades americanas. Até então essa era uma diversão estritamente universitária, restrita ao público dos campus. A grande sacada de Bushnell e Tabney foi tirar o vídeo game da universidade, usando um computador especificamente para rodar jogos. Montado numa estrutura em madeira ou plástico, esse computador permitia que a pessoa jogasse mediante a inserção de moedas.

Terminado o protótipo, eles instalaram um jogo chamado Computer Space e deixaram a máquina em um bar perto da faculdade. No dia seguinte, o compartimento de moedas estava cheio, mostrando o potencial daquele que é considerado o primeiro arcade comercial.

A idéia fez sucesso e colocou Bushnell e Tabney no mapa. Porém, alguns meses depois do lançamento do Computer Space, chegava ao mercado o Magnavox Odyssey, o primeiro console. A grande novidade era que o Odyssey podia ser jogado em casa, usando a televisão.

Pensando que essa era a grande idéia por trás dos vídeo games, Bushnell e Tabney continuaram com os arcades, mas resolveram abrir uma nova empresa para fabricar consoles também. O nome escolhido para a companhia foi Syzygy Engineering. No entanto, essa marca já estava registrada e eles precisaram achar outra. A segunda opção foi apresentada por Nolan, fã incondicional de um jogo de tabuleiro chamado Go.

Criado na China, o Go se parece um pouco com o xadrez. Uma das diferenças é que nele, quando você ameaça a peça do adversário, é seu dever informá-lo por meio da palavra atari. É algo como o “xeque” do xadrez, exceto por esse termo só ser usado quando somente o rei é ameaçado, enquanto o “atari” é falado quando qualquer peça do oponente é ameaçada.

Pois bem, três anos de pesquisa depois a empresa lança o Atari VCS (Vídeo Computer System), console que rodava os jogos da marca que já tinham sido sucesso em arcade. As vendas foram mal no começo, uma vez que o preço da máquina era salgado (200 dólares). Desiludido, Bushnell vende a companhia para a empresa Warner, porém continua na presidência.

Com uma gerência mais eficiente e com o barateamento dos componentes de informática, o preço do Atari VCS cai. É lançada então uma nova versão, o Atari 2600, essa sim um enorme sucesso, vendendo 30 milhões de unidades, principalmente por causa de jogos como o Pong e Pac Man. O mundo jamais seria o mesmo depois do Atari 2600.

Curiosidades de Sobremesa:

1 – O número 2600 no nome do console tem uma história complicada. Ela começa com John Draper, o cara que cunhou o termo phreaker (phone+freak). Phreaker é o hacker da telefonia, ou seja, um hacker que usa o sistema telefônico para aprontar. Pois bem, Draper tinha um amigo chamado Joe Engressia, um deficiente visual. Certo dia Engressia descobriu que um apito que vinha dentro da caixa de cereais da marca Captain Crunch vibrava exatamente na freqüência de 2600 hertz quando assoprado.
Acontece que essa mesma freqüência era usada pela AT&T para comunicar ao seu sistema que determinado telefone estava autorizado a fazer uma chamada de longa distância. Depois de alguns testes, Draper criou uma caixa que emitia a freqüência exata e conseguiu ligar de graça. Com o tempo ele descobriu mais freqüências e, depois que foi descoberto, obrigou a AT&T a mudar todo o padrão do sistema. Agora famosa, a história de Draper (apelidado de Captain Crunch) inspirou um dos engenheiros do Atari, que sugeriu usar o número 2600 no nome do console.

2 – Outra teoria diz que o 2600 é só um número de série de uma das peças do console. Nada demais.

3 – Sabe por que Bushnell e Tabney não puderam ficar com a marca Syzygy? Porque uma fábrica de velas já havia registrado o nome. Syzygy é um termo derivado da palavra em latim syzygia. Significa conjunção.

4 – O primeiro jogo de vídeo game criado se chamava “Tennis for Two”, um simulador de tênis. Concebido em 1958 num laboratório militar de eletrônica, o jogo era disputado num osciloscópio.

5 – Antes de terem seus próprios consoles, Sega e Nintendo produziram jogos que rodavam no Atari.

6 – O logo da Atari foi criado pelo artista George Opperman. De acordo com ele, o símbolo é uma letra A estilizada. Curiosamente o logotipo fez com que no Japão o Atari fosse apelidado de Fuji, pois alguns consumidores pensavam que o desenho era parecido com a silhueta do monte Fuji.

7 – Uma das versões do Atari 2600 foi apelidada de Darth Vader por causa do seu visual em plástico negro.

8 – Os primeiros modelos da Atari funcionavam com 128 bytes de memória Ram.

9 – O protótipo do primeiro console da Atari se chamava Stella. O nome foi escolhido por um dos engenheiros eletrônicos que trabalhavam na equipe. Ele tinha uma bicicleta francesa muito antiga. A marca da bike? Stella.

10 – Em 1984 a empresa começou sua decadência nos EUA, após a chamada Crise dos Vídeo Games. Endividada, a companhia foi vendida sucessivas vezes. Atualmente pertence à Infogrames. Jamais repetiu o sucesso do Atari 2600.

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Empresas Hi-Tech

Muitas empresas usam vários métodos para criar o nome de sua marca ou de seus produtos. No mundo da tecnologia, a maioria dos motivos não é óbvia.

Todo mundo sabe que o nome Google vem de um enorme número chamado googol e que Microsoft é uma mistura de microcomputador com software. E Twitter, de onde vem?

O site Mashable pediu a algumas das marcas mais famosas que contassem a origem de seus nomes. Veja abaixo, uma breve apresentação de algumas das mais curiosas histórias.

twitter

Twitter
O nome Twitter – que em inglês significa o piado de um pássaro – foi tirado de um chapéu. Alguns funcionários da Odeo, empresa de tecnologia onde o microblog foi criado, estavam realizando uma reunião de brainstorming, termo usado na publicidade para o método de geração colectiva de novas ideias por meio da participação de várias pessoas.

Eles tentavam achar o nome para o tema do zumbido de um celular ao receber uma atualização. Depois de diminuir a lista de opções, que incluíam Jitter e Twitter, eles colocaram os nomes em um chapéu e deixaram que o destino escolhesse. O destino quis que fosse Twitter porque eles imaginaram que ninguém perguntaria qual foi seu último jitter.

Android

Android
Diz a lenda, que Andy Rubin, cofundador e ex-executivo-chefe do Android – sistema operacional para smartphones, do Google -, gosta de robôs. Segundo outro fundador da empresa, Nick Sears, em sua página no YouTube, “você tem que ser um pouco cuidadoso quando estiver perto do Andy e de seus robôs; já vi seu cachorro atacá-los”.

foursquare

Foursquare
O Dodgeball (nome de um jogo infantil), primeira tentativa de Dennis Crowley de criar uma rede social para celulares, foi comprado pelo Google em 2005. Quando a empresa acabou com o projeto, Crowley criou um game social e o chamou de Foursquare, nome de outro jogo infantil.

Ao que tudo indica, Crowley tem fixação pela infância, mas não tem. Segundo um gerente de Relações Públicas da empresa, “Dennis tirou o nome das duas empresas de jogos infantis porque os aplicativos foram criados para ser divertidos e brincalhões”. Tudo leva a crer que o Foursquare foi a primeira escolha de Crowley, mas o nome do domínio não estava disponível quando ele fundou o Dodgeball.

yahoo

Yahoo!
Os fundadores David Filo e Jerry Yang começaram o que se tornaria o Yahoo quando ainda eram candidatos ao doutorado pela Universidade Stanford. O projeto original previa listas em categorias de links favoritos na web e se chamava O Guia da World Wide Web de Jerry e David. Yahoo!, na verdade, é um acrônimo (palavra formada pelas iniciais de cada um dos segmentos sucessivos de uma expressão) de Yet Another Hierarchical Officious Oracle, algo como Mais Um Oráculo Hierárquico Inoportuno. Mas, de acordo com a própria empresa, a equipe escolheu o nome por sua definição: “rude, tosco e desajeitado”.

blackberry

BlackBerry
Apesar da crença popular de que os botões do logo se parecem com as sementes da amora silvestre (que é preta), isso não foi levado em conta pela empresa na hora de escolher o nome. Ele foi fruto de uma decisão de marketing. Por e-mail, a equipe de comunicação da Research In Motion (RIM), companhia canadense que fabrica o aparelho, explicou que “queria um nome que fosse diferente, fácil de lembrar, divertido e que funcionasse em qualquer língua”. Por isso, a RIM decidiu usar uma palavra que implicasse um significado em vez de inventar ou de usar uma que descrevesse algo.

Apple
Como a Apple não tem uma história oficial para seu nome, existem vários boatos:
1. Steve Jobs, que costumava trabalhar em plantações de maçãs nos Estados Unidos durante o verão, gosta muito da fruta.
2. Jobs amava os Beatles. E a gravadora deles se chamava… Apple.
3. Jobs, que já estava três meses atrasado na entrega do nome para abrir a empresa, ameaçou chamá-la de Apple Computer se seus colegas não sugerissem um nome melhor até as cinco da tarde.
4. Jobs queria distanciar a empresa de uma imagem fria e complicada, criada pelas outras empresas de computador naquela época.

Nintendo
As três palavras “Nin”, “ten” e “do” em japonês significam “fazemos tudo o que podemos, da melhor forma e esperamos os resultados”. Nintendo é uma espécie de lema e de nome de empresa, tudo numa só palavra. Quem imaginaria que o nome de uma empresa de jogos seria tão poético?

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Epson

Dando continuidade ao “repeteco” de posts do Sedentário, mais uma marca da coluna “Dicionário de Marcas”, espero que gostem.

EPSON. Japão. Eletrônicos. 1968.

Você já viu aquelas calculadoras enormes usadas pelos contadores? O mais legal delas é que, enquanto você digita, ela vai imprimindo os resultados. O mesmo princípio é usado nos supermercados para emissão de notas fiscais, assim como em grande parte dos estabelecimentos comerciais. É claro, nada disso seria possível sem a presença de uma mini-impressora elétrica.

A história desse invento começa na Shinshu Seiki, uma empresa voltada para o desenvolvimento de relógios de precisão. Em 1964 o Comitê Olímpico Internacional (COI) pediu que a companhia fornecesse os marcadores de tempo para as competições esportivas. Além disso, o COI pedia também que os resultados fossem impressos para acompanhamento do desempenho dos atletas.

A Shinshu Seiki logo começou a trabalhar e só parou quando construiu a EP-101 (foto), primeira mini-impressora elétrica do mundo. Porém, o uso do invento não se limitou ao esporte. Rapidamente a EP-101 ganhou o gosto dos consumidores e passou a integrar diversas outras aplicações, entre as quais as descritas no primeiro parágrafo.

A conquista de mercado da nova impressora inspirou os donos da Shinshu Seiki. Uma vez que o invento tinha dado sorte, eles resolveram mudar o nome da empresa. Pegaram então as duas únicas letras do termo EP-101 e somaram à palavra inglesa son (filho), formando algo como “EP´s son”, ou seja, filho da EP. A idéia era que todos os produtos desenvolvidos pela companhia a partir dali fossem “filhos da EP” e alcançassem o mesmo sucesso do “pai”.

Curiosidades de Sobremesa:

1 – A Epson, antiga Shinshu Seiki, é uma empresa subsidiária da Seiko Instruments.

2 – Apesar de denominada uma mini-impressora, a EP-101 tinha medidas nada modestas: 16 por 7 por 13 centímetros. Pode parecer grande, mas para a época era minúsculo.

3 – O que significa EP? Eletric Print (impressora elétrica). E o 101? Não tenho certeza, mas provavelmente o início de uma contagem de modelos.

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A Coca-Cola

Entre os vários sites e blogs que acesso diariamente, existe um em especial que gosto muito do conteúdo que é o Sedentário. E uma das colunas que mais gostava nesse blog era a “Dicionário de Marcas”. Palavras do criador…

Poxa, todo mundo é capaz de lembrar dos nomes de milhares de marcas, mas ninguém sabe o que esses nomes significam

A partir dai, ele resolveu criar esta coluna. Espero que a reprodução dessa coluna não me dê problemas (como se eu importasse com mais alguma coisa).

Coca-Cola. EUA. Refrigerante. 1886.

Nem Jesus, nem Buda, nem Maomé. Os religiosos mais ferrenhos podem ficar ofendidos, mas não mudarão a verdade. Se fosse uma religião, a Coca-Cola seria a maior de todas. As pessoas que vivem hoje inevitavelmente são ou serão batizadas por pelo menos um gole da bebida. Tanto que o nome da marca já foi pronunciado em todas as línguas do planeta.

O termo foi criado por Frank Robinson, contador e amigo de John Pemberton, esse último o inventor do refrigerante. Pemberton era farmacêutico, portanto sua intenção não era criar um refrigerante, mas sim uma espécie de tônico para combater a dor de cabeça. Sendo assim, é bem provável, mas não confirmado, que a primeira fórmula da bebida levasse folhas de coca em sua composição, além de noz de cola e caramelo. Por isso Robinson teria escolhido o nome Coca-Cola, composto pelas duas principais matérias-primas do refrigerante.

Mas por que incluir folha de coca na receita da bebida? Simplesmente porque a folha de coca tem grande eficácia no tratamento de enjôo e dor de cabeça. Basta lembrar que muitos dos habitantes dos Andes mascam a folha para evitar o soroche, mal-estar causado pela altitude. Outro motivo: na época do surgimento da bebida (1886) era comum o uso dos princípios ativos da folha de coca em remédios. Esses são dois dos argumentos que sustentam a possível inclusão dessa planta na fórmula original da Coca-Cola. Cabe lembrar, mais uma vez, que essa possível inclusão existiria apenas nas primeiras versões da bebida, quando ela ainda tinha fins medicinais.

Atualmente não há no refrigerante nenhum ingrediente relacionado à folha de coca. Na verdade, até mesmo essa informação de que algum dia a fórmula da bebida levou folha de coca é questionável. A própria Coca-Cola não assume. Existem os que dizem que só a noz de cola fazia parte da fórmula. O termo “coca” teria sido inserido por Robinson simplesmente por ser sonoro e combinar com “cola”. De qualquer forma, independente do nome ou da antiga composição, os números mostram o sucesso da marca: a cada dez segundos, 126 mil pessoas consomem um produto da The Coca-Cola Company.

Curiosidades de Sobremesa:

1 – O termo Coke é um apelido, algo como uma abreviatura da pronúncia em inglês da marca Coca-Cola.
2 – O logotipo do refrigerante foi desenhado à mão pelo criador da marca, Frank Robinson.
3 – Pemberton vendeu os direitos de comercialização da Coca-Cola cinco anos depois de criar a bebida. Quem comprou foi um empresário chamado Asa Griggs Candler. Muita gente diz que Pemberton fez besteira ao vender a fórmula. No entanto, quem entende do assunto, sabe que o sucesso não vem do sabor da bebida em si, mas sim do marketing. Por isso Candler é considerado o grande gênio por trás da Coca-Cola. Foram suas táticas agressivas de propaganda popularizaram a marca.
4 – Mesmo assim, Candler não era infalível. Até 1894 a Coca-Cola era vendida somente em copos abertos de 237 mililitros, diretamente em pontos comerciais. Nesse mesmo ano um comerciante chamado Joseph Biedenharn propôs a Candler vender a bebida em garrafas. Candler achou que não faria sucesso e, cinco anos depois, vendeu os direitos de engarrafamento por apenas um dólar.
5 – Após a morte de Candler, seus filhos venderam as fábricas para um grupo de empresários liderados por Ernest Woodruff. Cinco anos mais tarde o filho de Woodruff, Robert, assume a presidência da empresa. Também um gênio do marketing, assim como Candler, ele foi o responsável por popularizar a Coca-Cola no mundo todo.
6 – Uma das táticas usadas por Woodruff era espalhar o logo da Coca-Cola por todos os eventos possíveis. Ele era adepto de um marketing incisivo. Em uma de suas campanhas, por exemplo, enviou representantes da empresa de porta em porta para instalar um abridor de garrafas de parede, tudo grátis.
7 – Aliás, a chegada da Coca-Cola no Brasil tem a ver com essa ousadia de Robert Woodruff. Durante a Segunda Guerra Mundial, ele prometeu que todo soldado americano poderia comprar uma Coca-Cola pelo mesmo preço pago nos EUA (cinco centavos), independentemente de onde ele estivesse. Por isso, com a instalação da base americana em Recife, na mesma época, a bebida chegou ao Brasil para fazer valer a palavra de Woodruff.
8 – O primeiro slogan da marca no Brasil foi “Coca-Cola borbulhante, refrescante, 10 tostões”.
9 – Coca-Cola faz mal? Desentope pia? Derrete um prego? Nada disso jamais foi provado.
10 – A Sprite foi o segundo refrigerante lançado pela marca, 75 anos depois de sua fundação.

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